sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Parem o mundo: eu quero descer!

Porto Alegre. Calor intenso. Greve de ônibus. Greve dos Correios. Falta de água. Falta de luz. Tenho feito grandes trajetos a pé... e isso que estou de férias! Ir à casa de minha namorada? Quarenta minutos de caminhada. Ir ao dentista? Acabo pegando táxi. Volto a pé muitas vezes. Gastando mais dinheiro que o esperado com condução. Caminhando bem mais que pretendia, muitas vezes sob um sol forte demais para se fazer isso. Perdendo em dinheiro e em saúde. Suando muito em casa esperando que a luz volte. Ou parando o trabalho, quem trabalha em casa e precisa do computador.
As contas não chegam... mas você tem que pagá-las assim mesmo. O ônibus não passa... mas você tem que sair de casa mesmo assim. A luz acaba mas você precisa dela para tocar sua vida. A água termina... mas você precisa beber, tomar banho, lavar sua roupa.
O mundo parou a sua volta, mas você não pode parar de viver. Paro de viver porque o mundo parou? Entro em uma espécie de estado de hibernação e retorno quando o mundo voltar a girar novamente? Como determinados peixes cujos ovos sobrevivem em lugares secos e só eclodem quando há água? Infelizmente impossível.

Precisamos encontrar transportes alternativos ao carro e ao ônibus? Concordo. Água faltará e precisamos aprender a racioná-la? Não há dúvida. Mas olhando agora para a situação de Porto Alegre nos últimos tempos não há como não sentir-se tentando movimentar-se num mundo que parou. Esforçando-se para seguir em frente em um daqueles mundos em ruínas dos filmes de ficção.
Vontade de hibernar neste verão e só voltar com o mundo normalmente caótico em que já vivemos.